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Criação de um Centro de Formação em Direitos Humanos e Agroecologia

Principais objetivos: Criação de um Centro de Formação em Direitos Humanos e Agroecologia: cujo objetivo é promover a formação e a capacitação de pessoas por meio do ensino, da realização de pesquisas e atividades de extensão, tendo como princípio os direitos fundamentais do homem e da natureza, considerando a ciência da Agroecologia a partir da ação e reflexão sobre questões associadas à produção de alimentos saudáveis; promoção da saúde; circuitos curtos de comercialização; fortalecimento da agricultura familiar; extensão rural; valorização de saberes e conhecimentos tradicionais (indígenas, quilombolas, camponeses); valorização e defesa da cultura e da conservação do patrimônio histórico; geração de tecnologias sustentáveis e adequadas à agricultura familiar.

O Centro de Formação em Agroecologia pode adotar a pedagogia da Alternância, cujas atividades poderão ser divididas em tempo-escola (onde serão desenvolvidas atividades formativas de reflexão e troca de conhecimentos) e o tempo-comunidade (cujas atividades ocorrerão nas comunidades de origem dos discentes). Importante que as relações se estabeleçam com os estudantes, pesquisadores que virão para o centro formador, mas sobretudo com as comunidades de origem que poderão se fortalecer ao longo dos anos e se desenvolver a partir do respeito à natureza. Desenvolver e formar pessoas e comunidades para a defesa de seus direitos e da cidadania.

Laboratório vivo para a Produção de alimentos: esta área será destinada à produção de alimentos, com base na Agroecologia, para a geração de trabalho e renda à população em vulnerabilidade social. As comunidades em vulnerabilidades do entorno da universidade poderão participar da atividade de regeneração do território e aprender as diferentes atividades que cercam esse cuidado. Um aprendizado técnico, individual e coletivo que tem por objetivo preservar a vida e o desenvolvimento pessoal. Todas as atividades desenvolvidas envolvem conhecimento e geração de renda para que a dignidade de todos seja prioridade.

Laboratório vivo para a produção de sementes: o objetivo é a preservação e a conservação de sementes, garantindo a agrobiodiversidade de plantas cultivadas por diversas gerações, preservando sua identidade, costumes, tradições, possibilitando assim autonomia e soberania para a produção de alimentos. Essa atividade pressupõe o intercâmbio, partilha com outros centros produtores de sementes, de forma a preservar a natureza e a cultura que está envolvida. Já fomos um importante centro de produção de sementes e mudas das matas nativas da região e podemos voltar a ser.

Laboratório vivo para a produção de mudas: implantação de um viveiro para a produção de mudas de espécies florestais, frutíferas, hortícolas e de culturas anuais para o uso no Centro de Formação em Agroecologia, na Área de Produção de alimentos e em áreas da Universidade.

Laboratório e Agroindústria para processamento de alimentos: contando com as áreas de pesquisa da Faculdade de Engenharia de Alimentos, que permita que alimentos orgânicos produzidos na região, mantendo a qualidade, alcancem mercados mais distantes, evitando o descarte e desperdício de alimentos, propiciando renda dos agricultores. Oportunidade de fornecimento de alimentos já higienizados para os serviços de saúde da universidade e seus restaurantes. Oportunidade de criação de empregos para populações precarizadas.

Laboratório vivo de desenvolvimento tecnológico logístico de Distribuição de Alimentos: um grande centro de distribuição de produtos orgânicos da região, aproximando produtor e consumidor a preços mais justos. Favorecer a produção de alimentos orgânicos e orientar o planejamento de plantio na região, de forma que uma variedade de alimentos possa estar à disposição das comunidades consumidoras.

Laboratório vivo de desenvolvimento gastronômico e nutricional: com a possibilidade de termos um restaurante, a oportunidade de emprego, consumo de alimentos saudáveis e desenvolvimento e experimentação de receitas com produtos naturais produzidos pelo Laboratório Vivo Primavesi e região. Espaço de experimentação para profissionais da área de nutrição e gastronomia, podendo oferecer residência a profissionais, chefes, na área gastronômica natural orgânica. Uma oportunidade para a comunidade universitária para o aprendizado da produção de alimentos saudáveis, com profissionais renomados e para que a cultura alimentar regional não se perca e faça parte das atividades anuais e sazonais na universidade.

Restaurante: oportunidade de emprego, consumo de alimentos saudáveis e desenvolvimento e experimentação de receitas com produtos naturais produzidos na Fazenda Ana Primavesi e região. Espaço de experimentação para profissionais da área de nutrição e gastronomia, podendo oferecer residência na área gastronômica natural orgânica.

Alojamento: para o acolhimento de estudantes de perto e de longe que venham para a formação em agroecologia e a partilha de conhecimentos sobre a preservação e a regeneração dos meios naturais. Atividades de ensino e pesquisa no Laboratório Vivo Primavesi e atividades nas regiões rurais de origem.

Laboratório vivo de cuidado, prevenção de doenças e promoção da saúde no campo: para a formação, pesquisa e atenção em saúde a trabalhadores rurais. Desenvolvimento de ações de prevenção de agravos da atividade laboral no campo e promoção da saúde do agricultor e da agricultora. Observar, pesquisar e ensinar as melhores formas de trabalhar no campo preservando a saúde. Na produção de alimentos, sistemas osteoarticulares mais preservados, cuidados; prevenção de acidentes no campo, agroindústria; prevenção de acidentes no sistema de distribuição de alimentos; e uma relação com a insolação menos danosa com a prevenção de danos como o câncer de pele a partir de pesquisas da cosmetologia/dermatologia; avaliação metabólica, especialmente do balanço hídrico dos trabalhadores e a repercussão para a saúde; prevenção do tabagismo entre outras ocorrências na população rural.

Promoção da Segurança e Soberania Alimentar: Em relação ao perfil nutricional da população brasileira, são encontradas prevalências expressivas de Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN), desnutrição infantil, deficiências de micronutrientes, como ferro, folato, vitamina A e tiamina, que são, em geral, enfrentadas com estratégias, programas e políticas de Nutrição em Saúde Coletiva. Apesar dessas estratégias vincularem assistência e cuidado no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) no Sistema Único de Saúde (SUS), há um foco predominante na fortificação de alimentos e suplementação com micronutrientes isolados ou multimicronutrientes (Oliveira, 2021). Os documentos das estratégias e programas, porém, indicam que ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) e de garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) são essenciais para que haja redução efetiva das prevalências de deficiências de micronutrientes, bem como dos efeitos adversos associados, como aumento de morbimortalidade e outros prejuízos à saúde irreversíveis. Nesse sentido, o aumento do acesso a alimentos fontes de micronutrientes é via duradoura e ética de superação desses problemas, pois os Direitos à Saúde e à Alimentação Adequada e Saudável são constitucionais (Oliveira, 2021). Para que a SAN e os direitos sejam garantidos à população, se faz necessário repensar os modos de produção hegemônicos dos alimentos. A Agroecologia é uma alternativa necessária para a SAN, democratização do acesso aos alimentos saudáveis e a garantia da saúde das populações rurais, periurbanas e urbanas. Ademais, nas intersecções entre a Agroecologia e a SAN, há a potencialização da manutenção dos saberes e práticas tradicionais, da cultura alimentar, dimensões também essenciais da saúde (Fagundes et al., 2017). Para a implantação de todas essas propostas há a necessidade de se pensar em Parcerias com a sociedade civil, os movimentos sociais e suas cooperativas. Importante que esse projeto pense na viabilidade econômica para as famílias que atuem na produção de alimentos, no centro de distribuição, na produção de mudas e de sementes e demais atividades envolvidas no projeto. A preservação da vida, amplamente entendida e que coloca a natureza em foco, é o objetivo fundamental desse projeto. Neste sentido, a criação dos corredores ecológicos é insuficiente sem que seja seguida e que eles sejam protegidos pela continuidade da regeneração da terra e natureza degradadas. No sentido de proteger a natureza que vai florescer e se multiplicar a partir dos corredores ecológicos é estratégico que o projeto agroecológico seja implantado em sequência e convívio com o desenvolvimento do polo tecnológico do HIDS futuro. Há lugar para todos, mas todos devem estar unidos para preservar o lugar central da natureza e o ensino e a pesquisa a partir dela. A implantação deste projeto trará alto impacto positivo não apenas para o ambiente universitário e do HIDS, mas por atender a todos os objetivos de sustentabilidade da ONU, contribuindo para a sociedade e o planeta como um todo e colocando a Unicamp em destaque perante os rankings internacionais de universidades Green Metrics e Impakt Ranking.

Laboratório vivo de desenvolvimento de Hortas Urbanas: a prevenção da fome e a autonomia alimentar passa pela diminuição das desigualdades socioeconômicas, mas pode ter como uma das ferramentas a produção de alimentos pela comunidade em hortas urbanas. A eficácia de projetos desse tipo pode ser potencializada com um planejamento centralizado e pactuado pelos produtores, que poderão contar com formação, fornecimento de sementes, assistência técnica e auxílio na distribuição, disseminando a cultura da boa alimentação, mas com suporte. Há projetos no município e a possibilidade de uma fazenda como local de agregação de saberes e suporte pode contribuir para ações efetivas.

Laboratório de desenvolvimento tecnológico no campo: a necessidade de fazer a informação chegar aos agricultores, o desenvolvimento de ferramentas que tornem mais fácil o acesso à informação produzida nas universidades, especialmente as paulistas, e centros de pesquisa no campo, impõe a necessidade de espaço específico para isso. A partir da reunião do CRUESP em maio de 2022 na Unicamp pactuou-se entre as três universidades paulistas o desenvolvimento de pesquisas e ações conjuntas extramurais que favoreçam as comunidades. Esse laboratório deverá juntar pesquisadores que trabalham com pesquisas de desenvolvimento em agroecologia para experimentações e inovações tecnológicas necessárias para o avanço da área.

Área para o Lume –Laboratório Unicamp de Movimento e Expressão: é um núcleo interdisciplinar de pesquisas em artes, particularmente teatrais. O resgate das expressões culturais brasileiras, será um componente especial no desenvolvimento do projeto na Fazenda, agregando trabalhadores, estudantes, professores para as expressões artísticas culturais como elemento de formação, cuidado de si e ferramenta de fortalecimento das ações comunitárias, considerando essa forma de atuação do LUME.

Name: Vanilde Esquerdo

Unidade: ProEC

Pessoas envolvidas: Além das coordenadoras, outros docentes da Universidade, alunos de graduação, pós-graduação e comunidades.

Estágio atual: Em desenvolvimento.

Como o projeto se integra à Agenda 2030: 2, 9, 11

Há interesse de ocupar uma área na Fazenda Argentina: Sim

Se sim, qual a área estimada: 300m2

Como o projeto se integra ao projeto de ocupação do HIDS Unicamp: A Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, se encontra em momento privilegiado para desenvolver ação de vanguarda pela oportunidade de praticar a formação, pesquisa e a prática regenerativa de área rural degradada, a Fazenda Argentina. Um projeto de implantação de polo de desenvolvimento tecnológico está em curso e que é complementar ao que significa a recomposição dos corredores ecológicos na fazenda e a um polo agroecológico, com formação, pesquisa e serviços à comunidade. Em 26 de novembro de 2019, numa sessão ordinária do Conselho Universitário da Unicamp (CONSU), decidiu-se que o projeto do HIDS-Unicamp deveria aportar um componente de desenvolvimento de tecnologias sociais, entendendo que são essenciais e que esta composição com o que já vem sendo desenvolvido de planejamento do HIDS, reflete a comunidade universitária e atende mais amplamente as necessidades da população de uso da terra pública. Ainda, o componente das tecnologias sociais permite que o processo tenha presença multicultural de estudantes indígenas, representando suas comunidades, quilombolas e refugiados de diferentes origens que poderão se expressar nesse território.

Público a ser impactado: Comunidade do entorno e com a sociedade civil organizada e especializada na agroecologia, que desenvolverá com a academia modelos de recuperação e produção de alimentos, construção arquitetônica especializada ao meio rural, saneamento, modelos de desenvolvimento, associativismo, formação de pessoal para a área agrícola, formação para a área da saúde do trabalhador e trabalhadora rural e combate sistemático da fome com pesquisa e ações junto às comunidades do entorno.

Fontes de financiamento: Financiamento – ProEC – Unicamp.

Resultados esperados: Construir com a comunidade alternativas de alimentação saudável, especialmente nos hospitais e serviços de saúde do campus e racionalizar a utilização de recursos, de forma que a exploração da natureza, dos recursos energéticos e de trabalhadores estejam abolidos nas ações da universidade e se torne modelo de relações.

Cronograma: O programa acrescentará a possibilidade inédita da formação de nossos alunos e da produção de novos conhecimentos científicos em diálogo com outros sujeitos, ambientes e valores que normalmente têm tido dificuldades de se fazerem presentes no dia-a-dia da nossa universidade. Neste sentido, os processos de Curricularização da Extensão ganharão um impulso qualitativo e quantitativo nas opções oferecidas, seja aos estudantes, seja aos docentes que ainda estão com dificuldades de se adaptar a estas novas realidades curriculares. Da mesma forma, os processos de Ambientalização Curricular, previstos por Lei Federal (desde 1999) e Estadual e por inúmeras Políticas Públicas de Educação Ambiental, se enriquecerão com a possibilidade de formarmos nossos estudantes com uma visão efetivamente complexa de sustentabilidade, indo além das questões simplesmente ecológicas ou de “sustentabilidade” econômica. Ao reconhecermos estes objetivos acima nos objetivos mais profundos da nossa universidade estaremos dando passos inéditos e seguros no sentido de uma sustentabilidade que integre a biodiversidade à sociodiversidade, fundamental para enfrentarmos os diferentes e variados processos de exclusão de nossa sociedade.

Arquivo1682861649-arquivo-OF.-PROEC-no-9_2023_2857321.pdf