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HIDS: um projeto estratégico para Unicamp 2050

O professor Mariano Laplane, coordenador do HIDS Unicamp, falou sobre o projeto de ocupação da Fazenda Argentina na 183ª reunião da Comissão de Planejamento Estratégico Institucional, Copei. Ligada à Coordenação Geral da Universidade (CGU), a Copei é responsável por todas as ações de planejamento estratégico da Universidade com horizontes de médio e longo prazos. Daí a importância dos membros dessa Comissão conheceram mais sobre o status atual desse projeto estratégico para a Unicamp, como é o HIDS Unicamp.

Criada em 2022, a Coordenação do HIDS Unicamp está trabalhando na avaliação do potencial construtivo da área da Fazenda Argentina. O master plan elaborado pelo instituto coreano KRIHS sugere que a ocupação do HIDS aconteça em três etapas, sendo a primeira acontece nos próximos cinco a 10 anos. “Os estudos que estamos fazendo indicam que há um grande potencial construtivo já nesta primeira etapa, de cerca 200 mil metros quadrados, o que, evidentemente, envolve um volume grande de recursos, em torno de R$ 450 milhões”, estimou Laplane.

Uma das propostas de ocupação da Fazenda Argentina que está sendo elaborada pela Coordenação do HIDS Unicamp. Potencial construtivo para os próximos cinco anos é de cerca de 200 mil m2. Crédito: Marcela Noronha

O HIDS Unicamp é um projeto complexo, de longo prazo, de pelo menos 20 anos, e com alta demanda de recursos, o que implica na busca de parceiros, públicos e privados, junto à outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais, junto a empresas, junto ao governo estadual e federal. “Portanto, estamos falando do embrião da universidade de 2050, da Unicamp 2050”, enfatizou.

Além de fazer este estudo, a Comissão tem avaliado projetos que podem ocupar o HIDS Unicamp. Entre eles está o dos Corredores Ecológicos, já aprovado na Copei e a Vila de Startups, financiado pela Finep, e que será construído na área próxima da Inova, na Fazenda Argentina. Há também o Hub de Energia Sustentável, que junta uma usina fotovoltaica, com produção de alimentos e de hidrogênio verde e um conjunto de laboratórios compartilhados. Segundo Laplane, a comissão tem feito um esforço para avaliar esses projetos segundo critérios ligados à sustentabilidade do ponto de vista ambiental e econômico.

Outra iniciativa da Coordenação é uma consulta junto à comunidade da Universidade sobre projetos em andamento ou ainda em fase de elaboração vinculados aos ODS. Aberta há cerca de um mês, já foram enviados 50 projetos de todas as unidades da Unicamp, nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Em boa parte deles, os pesquisadores manifestaram interesse em desenvolver atividade na Fazenda Argentina, demandando uma área de aproximadamente 80 mil metros quadrados. “São projetos que demandam, além da instalação de equipamentos de ensino, pesquisa e extensão, também sugerem a instalação de espaços de uso público e comunitário. “É uma riqueza de projetos que mostram que a Universidade pode ser em 2050, talvez antes”, frisou Laplane. A consulta segue aberta. Com base no conjunto de projetos enviados serão iniciadas no mês de junho uma série de oficinas para elaboração, detalhamento e discussão dessas propostas.

A comissão espera entregar uma proposta de ocupação da Fazenda Argentina ainda este ano para que ela seja colocada em discussão em todas as instâncias da Universidade. “Nossa expectativa é que possamos desenhar um campus que seja mais eficiente no uso de energia, com menos carros e estacionamentos, onde haja reuso da água e onde possamos aproveitar o conhecimento que produzimos de forma mais criativa. O planejamento de ocupação dessa área é um desafio que deve nos levar nessa direção”, finalizou Laplane.

Por Patricia Mariuzzo