Unicamp e a sustentabilidade

A preocupação da Universidade com a problemática socioambiental e seu compromisso com a justiça ambiental têm sido abordados por meio de uma série de iniciativas e projetos.

Já nos anos 2000, ocorreram as primeiras reuniões para tratar da necessidade de uma política ambiental. Um primeiro marco dessa nova política deu-se com a criação do Grupo Gestor de Resíduos junto à Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU), por meio da Resolução GR-94/2003.

A Política Ambiental para a Unicamp foi institucionalizada em novembro de 2010, por meio da Deliberação Consu 533/2010, a partir do Grupo Gestor Ambiental/CGU. Dando um passo adiante em sua Política Ambiental, a Unicamp criou o Sistema de Gestão Universidade Sustentável, que culminou na criação do Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS) (Resolução GR nº 41/2014).

Desde 2018, o GGUS integra o quadro da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi) e, por meio das Câmaras Técnicas de Gestão, colabora com o levantamento de dados sobre sustentabilidade e o fornecimento de assessoria para iniciativas relacionadas ao tema. Entre as inúmeras ações conduzidas pelo GGUS, está o Lixo Zero, um programa internacional realizado em cerca de 160 países com o objetivo de reduzir o desperdício e melhorar o aproveitamento de materiais recicláveis. Na Unicamp, o Programa foi realizado pela primeira vez em 2018.

Em 2021, o Conselho Universitário aprovou o Plano Diretor da Unicamp (PD-Integrado), concebido para balizar a ocupação e eventual expansão dos campi, estabelecendo princípios, diretrizes e normas de desenvolvimento territorial voltados à sustentabilidade. Em abril de 2023, a DEPI publicou o Código de Projetos para Edifícios e Espaços Urbanos Institucionais da Unicamp, que integra o Plano Diretor e tem o objetivo de estabelecer parâmetros projetuais para orientar práticas sustentáveis de construções e reformas de edifícios e espaços urbanos dentro da universidade.

Em 2022, foi criada a Coordenadoria de Divisão de Sustentabilidade (CSUS) para integrar o planejamento e as ações sustentáveis da Universidade, órgão esse que passou a integrar a Depi. A CSUS é composta pela Coordenadoria de Geoprocessamento, pela Coordenadoria Escritório Campus Sustentável e pelo GGUS. Em maio de 2023, a CSUS estabeleceu algumas Diretrizes para Edifícios Sustentáveis no HIDS Fazenda Argentina.

Energia

A geração de energia renovável é uma das preocupações centrais da Unicamp em sua busca por sustentabilidade. A Universidade possui uma usina fotovoltaica em seu campus de Barão Geraldo, Campinas, que, além de permitir uma redução nos custos com energia elétrica, possibilitou integrar um ônibus elétrico na frota do transporte circular da Universidade (em 2020). A geração de energia solar integra o projeto Campus Sustentável, realizado em parceria com a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). Iniciado em 2017, o projeto Campus Sustentável visa transformar a Unicamp no maior Laboratório Vivo de Sustentabilidade Energética da América Latina.

Ainda na área de energia, por meio de uma parceria com a Comgás, a Universidade substituiu o óleo diesel e o gás liquefeito de petróleo (GLP) pelo gás natural canalizado. A previsão é que haja uma redução anual de 10,1% na emissão de gases de efeito estufa.

Em uma ação recente da Divisão de Energia e Água da Unicamp, a Universidade contratou energia 100% renovável para abastecer as unidades do campus Zeferino Vaz (Barão Geraldo) de 2024 a 2026.

Direitos humanos e inclusão

Como parte de política mais ampla que tem por objetivo fazer com que a sociedade esteja representada na Universidade e buscando promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos (item quatro dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável – ODS), em 2017, a Unicamp aprovou a adoção de um sistema de cotas étnico-raciais, reservando 25% das vagas disponíveis para candidatos autodeclarados pretos e pardos. Também foi aprovada a criação do Vestibular Indígena. O primeiro vestibular indígena [melhor grafar Vestibular Indígena em caixa alta] foi realizado em 2018. Além disso, aperfeiçoamentos no Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais), criado em 2004, permitiram ampliar o ingresso na Universidade de alunos vindos de escolas públicas, transformando o perfil dos alunos que frequentam as salas de aula da Unicamp.

A Unicamp também foi pioneira na criação de uma Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DEDH). A DEDH conta com sete Comissões Assessoras que buscam contribuir com a Universidade na construção de políticas inclusivas e no debate contemporâneo sobre o direito à dignidade e à vida.

Conexões pelo Desenvolvimento Sustentável

Em 2020, a Unicamp se tornou signatária da “Global Climate Letter” (“Carta de Emergência Climática”),  iniciativa internacional que já reúne mais de 280 instituições de ensino superior do mundo todo. A Carta é parte do esforço global liderado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) para enfrentar a grave crise socioambiental hoje instalada no planeta. No Brasil, apenas seis universidades assinaram o documento.

A partir de 2021, a Unicamp também passou a compor a Rede de Universidades para o Desenvolvimento Sustentável, uma iniciativa do Unitar (Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa), ligado à ONU (Organização das Nações Unidas). A Rede é uma plataforma de aprendizagem, intercâmbio e parcerias para universidades da América Latina e do Caribe, sempre tendo como foco os ODS.

Rankings

A Unicamp está entre as 200 universidades do mundo mais comprometidas com a sustentabilidade, segundo o ranking Impacts, da consultoria britânica Times Higher Education (THE). No Brasil, a Unicamp está em segundo lugar, precedida apenas pela Universidade de São Paulo (USP). Em sua última edição, o ranking avaliou 1.406 instituições de ensino superior de 106 países.

Já de acordo com o UI GreenMetric World University Ranking, a Unicamp aparece em 65º lugar no quesito sustentabilidade, em 2021. Divulgado anualmente pela Universidade da Indonésia, o ranking avalia indicadores de sustentabilidade em seis categorias: 1. Ambiente e infraestrutura; 2. Energia e mudanças climáticas; 3. Resíduo; 4. Água; 5. Transporte; e 6. Ensino e pesquisa. No ranking de 2021, a Unicamp subiu três posições, em relação ao ranking anterior, entre as universidades mais sustentáveis da América Latina, passando a ocupar a sétima posição. No Brasil, a Unicamp continua sendo a terceira universidade mais sustentável. Em 2021, foram 956 universidades avaliadas.