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Modelo de negócio do HIDS deve ser flexível, fluido e eficaz

A Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), consultoria especializada na gestão de projetos que fomentem a inovação e à criação de parcerias estratégicas está à frente do consórcio responsável pela elaboração de uma proposta de modelo de negócios e de um marco estratégico para o HIDS. Também compõem o consórcio a Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (IASP) e a IDOM, empresa que presta serviços de consultoria nas áreas de engenharia e arquitetura em projetos em todo o mundo. Em apresentação para o Conselho Consultivo do HIDS, o coordenador dos trabalhos, André Barbosa, adiantou os resultados dos primeiros estudos do grupo, pontuando que a estrutura de governança do HIDS deve ser pequena, flexível, fluida e eficaz.

Com objetivo de compreender as perspectivas em relação ao desenvolvimento desta área por parte dos principais stakeholders e outras instituições do ecossistema de inovação de Campinas, a consultoria fez uma análise do ecossistema de inovação onde o HIDS será implantado. “A ideia é identificar o potencial do HIDS de incrementar o ecossistema de inovação local e identificar que tipos de serviços, empresas, infraestruturas e serviços que o Hub poderá agregar. A partir destas informações é que serão delineados o marco estratégico e o modelo de negócios”, explicou Barbosa. A SPI também fez um estudo de benchmarking de polos de desenvolvimento e inovação sustentáveis no mundo. Os dois estudos podem ser consultados no site do HIDS, na aba da componente modelo de negócios.

Missão e visão do HIDS – A partir destes estudos iniciais, a proposta de missão do HIDS é contribuir para a sustentabilidade global com base no desenvolvimento urbano, econômico e social de Campinas. Sustentabilidade, inovação, inclusão, cooperação, criatividade, empreendedorismo, igualdade e conexão com a natureza seriam os valores do Hub a ser implantado na cidade de Campinas.

A expectativa é que o HIDS seja líder mundial em desenvolvimento sustentável, um laboratório urbano vivo, capaz de prover soluções para o desenvolvimento de cidades e comunidades sustentáveis que respeitem o meio ambiente. Nesse sentido, a visão do HIDS é ser uma referência global na implementação da cultura ESG. Supõe-se que o Hub possa liderar e promover um processo de transformação social, econômica e ambiental em Campinas por meio de elementos-chave de articulação como inovação, tecnologia, educação e sustentabilidade, com destaque para as áreas de energia, saúde, alimentação e urbanismo sustentável.

Na visão da SPI, as áreas estratégicas para o desenvolvimento e consolidação do HIDS são energia, saúde, agricultura e produção de alimentos e urbanismo. A área de tecnologias de informação e comunicação (TIC) seria transversal à anteriores. Transformação digital, biociência, inteligência artificial devem ser tema de projetos e negócios no HIDS, provendo soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável. “Estamos trabalhando com duas dimensões do território: a primeira se refere à área de implantação do HIDS (Ciatec 2+Unicamp+PUC-Campinas). A segunda dimensão é a área de incidência do HIDS que, por hora, leva em conta a Região Metropolitana de Campinas (RMC). O modelo de negócios que está sendo desenhado considera que os stakeholders desta área serão prioritariamente mobilizados para prestação de serviços e também serão os primeiros beneficiários dos resultados e impactos do HIDS”, frisou o consultor.

O reitor da PUC-Campinas, professor Germano Rigacci Junior, pontuou que, na elaboração do modelo de negócio, é fundamental estabelecer um tipo de governança que facilite a realização de negócios, amplie as possibilidades que existentes em áreas como capacitação, empreendedorismo, novos negócios e atração de investimentos para projetos inovadores. Já o superintendente do Instituto ELDORADO, Roberto Soboll, destacou a necessidade de o HIDS compor o Sistema Nacional de Inovação. “Temos que estabelecer estas conexões para que o HIDS não fique restrito à Campinas, mas que tenha alcance nacional e global”, afirmou.

Financiamento – Um dos maiores desafios do HIDS é o financiamento, tanto de sua infraestrutura como de novos negócios e desenvolvimento de projetos. Uma proposta da SPI é criar uma aceleradora exclusiva para o HIDS, uma estrutura que deve auxiliar no escalonamento de novos negócios.

A União Europeia financia iniciativas chamadas twinning team, cujo objetivo é gerar cooperação científica entre instituições em estágios diferentes de maturidade (empresas, universidades etc.) e compartilhar boas práticas. Segundo Barbosa, Portugal se beneficia muito destas ações em áreas, como por exemplo, medicina regenerativa, com linhas de financiamento específicas para estes projetos. “As instituições brasileiras não são automaticamente elegíveis para este programa, mas há mecanismos de cofinanciamento, coordenados pela Confap (Conselho Estadual das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa) e pela Finep. O HIDS poderia explorar esta vertente como oportunidade de financiamento”, destacou.

O sucesso do modelo de negócios do HIDS está fortemente relacionado à sinergia entre as instituições que já compõe o projeto. O assessor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Campinas, Newton Frateschi, destacou que esta sinergia já existe e o que o HIDS pode ampliar esta interação. O diretor do Centro de Tecnologia da Cargill América Latina, Carlos Prax, sugeriu fazer um mapeamento de parcerias e projetos bem-sucedidos, realizados entre as instituições do Conselho do HIDS, buscando elementos que poderão compor a estratégia de negócio do HIDS como um todo. Para ele esse é o caminho para tangibilizar o Hub e encontrar uma visão comum.

O coordenador do projeto do HIDS na Unicamp, professor Mariano Laplane, propôs definir iniciativas e projetos comuns entre as instituições do Conselho. “O objetivo seria reforçar as sinergias já presentes”, disse. Ele sugeriu criar um Grupo de Trabalho para redigir um documento que explicite o que é sustentabilidade para o Conselho do HIDS e criar um comitê para elaborar uma programação de eventos ao longo de 2022 para dar visibilidade ao HIDS na cidade de Campinas, Estado de São Paulo e no Brasil.

A apresentação feita pela SPI pode ser consultada aqui.

Para baixar a ata desta reunião em formato PDF, clique aqui.

Por Patricia Mariuzzo