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Unicamp apresenta HIDS na Câmara Municipal de Campinas

Por Patricia Mariuzzo – DEPI/Comunicação

Na última segunda feira, dia 11 de março, os reitores da Unicamp, Marcelo Knobel, e da PUC-Campinas, Germano Rigacci Junior, juntamente com o professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado da Unicamp (DEPI), apresentaram o projeto da criação de um Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) para vereadores da Câmara Municipal de Campinas. O HIDS é uma iniciativa que se propõe a reunir universidades, centros de pesquisas, empresas, órgãos públicos, entre outros setores para construir um laboratório vivo que coloque em prática os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é que ele se transforme em um modelo internacional de distrito inteligente e sustentável.

O Hub vai ocupar a área da Fazenda Argentina, de propriedade da Unicamp e contígua ao seu campus em Barão Geraldo, e deve ser expandido para toda a região do Polo de Tecnologia de Campinas que inclui instituições como o Ciatec II (Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas), o CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), Instituto Eldorado, o Pólis de Tecnologia, entre outras. “Trata-se de um projeto inovador e ousado que certamente trará muitos frutos para a cidade. Por isso é fundamental a participação da Câmara Municipal”, afirmou Knobel na abertura do evento. “Esse projeto vai ajudar a consolidar a imagem de Campinas como um importante centro de produção de conhecimento e de tecnologia e envolvendo, sobretudo, os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”, disse Germano Rigacci Junior, reitor da PUC-Campinas.

Representando o prefeito de Campinas, Jonas Donizete, o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, André von Zuben, destacou que, por sua abrangência geográfica e simbólica, esse projeto, que começou na Unicamp, já foi incorporado pela Prefeitura Municipal. “Queremos que o Distrito que poderá ser criado se torne um padrão de desenvolvimento para a região e para o país por isso já estamos trabalhando em uma nova legislação específica para essa região”, afirmou. “Nós acreditamos que o Hub tem potencial para revolucionar a cidade”, completou.

Em sua apresentação, o professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, que coordena a iniciativa do HIDS na Unicamp, destacou que o projeto está alinhado com o desejo da Unicamp de aprofundar sua relação com a cidade de Campinas e com o estado de São Paulo, tendo em mente a necessidade de atender os ODS. “Além disso, estamos presenciando uma revolução tecnológica por conta do surgimento e disseminação das chamadas tecnologias disruptivas, que incluem, por exemplo, a inteligência artificial e a tecnologia 5G para comunicação móvel. Um cenário que coloca vários desafios para as universidades e para as cidades”, disse. São razões que exigem uma reflexão sobre como fazer essa transição “O HIDS é uma oportunidade para essa reflexão, de buscar um modelo mais sustentável e nos adaptar a essa nova realidade”, afirmou. A visão estabelecida para o HIDS é: “Contribuir para o processo do desenvolvimento sustentável, agregando esforços nacionais e internacionais para produzir conhecimento, tecnologias inovadoras e educação das futuras gerações, mitigando e superando as fragilidades sociais, econômicas e ambientais da sociedade contemporânea”.

Acordo – De que maneira a cidade pode se integrar a um bairro onde há duas universidades, a uma área desenhada para ser um polo tecnológico? Como a cidade pode aproveitar essa combinação de forças de modo a ser tornar um modelo para a região e para o estado de São Paulo? A partir desses questionamentos, o professor Marco Aurelio Lima explicou a necessidade da Câmara Municipal se envolver na criação de um acordo que viabilize a concretização do HIDS na cidade de Campinas. “Nossa visita à Câmara tem a ver com isso. Nós pensamos em construir o conteúdo possível para esse bairro e, então, criar um acordo entre as universidades, a prefeitura e outras instituições, que seja chancelado nessa Casa”, afirmou o professor.  Segundo ele, esse acordo é fundamental para garantir a continuidade do projeto ao longo do tempo.  Ainda segundo Lima, o Ministério Público do Estado de São Paulo, já se mostrou favorável a colaborar com a construção do modelo de governança do HIDS. Além disso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já está apoiando a iniciativa com investimento inicial de US$ 1,5 milhão para a elaboração de um master plan para a região do HIDS. Esse documento que dará as diretrizes para ocupação da área do HIDS será elaborado por uma equipe de arquitetos da Unicamp, da PUC-Campinas e da Prefeitura de Campinas.

O vereador Pastor Elias Azevedo (PSB), presidente da Comissão para Assuntos da Região Metropolitana de Campinas, destacou que o projeto do HIDS já nasce grande por contar com as duas principais universidades de Campinas. Como uma contribuição para efetivar a iniciativa, ele sugeriu convidar representantes das cidades vizinhas para dar sugestões sobre o projeto. Luiz Rossini (PV) elogiou a iniciativa. Segundo ele o tema da sustentabilidade está impactando cada vez mais as pautas e agendas tanto na academia quanto no poder público daí a importância de as universidades ajudarem a repensar o modelo de desenvolvimento da cidade de Campinas. “Temos que pensar globalmente, mas agir localmente, daí a importância desse projeto”, declarou. “Eu sugiro criar uma comissão de estudos sobre o HIDS aqui na Câmara e a partir daí avançar nos diálogos sobre esse tema com a sociedade. O projeto é brilhante, então eu acredito que uma comissão específica seria uma forma efetiva da Câmara participar”, disse.

Para Gustavo Petta (PCdoB), a presença dos dois reitores foi uma demonstração clara da força que essa agenda demanda e que, de fato, precisa ter. Eu acredito que essa Casa pode ajudar a esse projeto se tornar um projeto de Estado. Considero que seja uma oportunidade de amenizar problemas de desigualdade em nossa cidade e concordo com a criação de uma comissão de estudos que pudesse envolver vereadores interessados para estudar qual seria a legislação possível para concretizar o projeto”, apontou.