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1° Workshop de projetos e as possibilidades de sinergia no HIDS

Na manhã do dia 29 de junho um grupo seleto se reuniu no Espaço Mescla da PUC-Campinas para discutir e propor projetos em sinergia para o HIDS. Organizado pela Inventta, consultoria responsável pela governança do HIDS, a motivação para realização do evento foi identificar propostas de projetos em várias áreas que possam ser desenvolvidos por meio de parcerias entre as instituições já presentes no território do HIDS. O processo é parte de uma estratégia para definir os próximos passos do projeto do HIDS após a conclusão do convênio com o BID. Participaram das discussões o Instituto Eldorado, CPQD, CNPEM, Embrapa, PUC-Campinas, Unicamp, Facamp e Prefeitura de Campinas.

 

A coordenadora de sustentabilidade da Unicamp, Thalita Dalbelo, que também faz parte da equipe da componente do projeto físico-espacial do HIDS, apresentou o projeto “Corredores Ecológicos (campus Zeferino Vaz e Fazenda Argentina)“. Desenvolvido em parceria com o Centro de Monitoramento Animal da Divisão de Meio Ambiente da Unicamp, a proposta é conectar as áreas de preservação e polígonos de compensação do campus Zeferino Vaz e Fazenda Argentina entre si e entre os fragmentos de vegetação da área externa à universidade, permitindo o
fluxo gênico de fauna e flora através da construção de passadores de fauna, de plantio e manutenção de vegetação nos corredores ecológicos, bem como seus cercamentos e sinalização.

De acordo com Thalita, atualmente o Campus Zeferino Vaz, a Fazenda Argentina e seu entorno possuem fragmentos de vegetação nativa interromidos por barreiras antrópicas, capazes de diminuir significativamente o fluxo de animais, pólen ou sementes. A ausência dos corredores ecológicos também contribui para a ocorrência de atropelamentos de animais que tentam circular entre os fragmentos, cruzando ruas e avenidas. O artigo 1° da Resolução Municipal nº13 de 11 de julho de 2016, estabelece a Área de Conectividade nos limites da Unicamp nos trechos I, II e III, sendo que o estabelecimento desta conectividade foi priorizado nas diretrizes de planejamento territorial da Universidade, tanto no campus Zeferino Vaz, através do Plano Diretor Integrado 2021-2031, quanto na Fazenda Argentina, através do planejamento do HIDS. Apesar de estarem no planejamento, os corredores ecológicos ainda não foram efetivamente instituídos. Além disso, o estabelecimento dos corredores ecológicos representará melhores indicadores de sustentabilidade na área de preservação e conservação de fauna e flora. “A Unicamp já tem orçamento aprovado para executar o projeto na Fazenda Argentina, mas o sucesso do projeto depende do engajamento dos demais atores, entre eles os proprietários das glebas vizinhas, os demais membros do Conselho do HIDS e a Prefeitura de Campinas”, salientou Thalita.

Um centro de pesquisas sobre ambientes de inovação – A professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp (FCA), Milena Serafim, apresentou o Centro de Estudos sobre Urbanização para o Conhecimento e Inovação (CEUCI). Milena é a coordenadora de parcerias do Ceuci, recentemente aprovado pela Fapesp. O novo Centro já nasce multi-institucional, ao contar com a participação, além da Unicamp, do CPQD, Embrapa, Prefeitura de Campinas, Governo do Estado de São Paulo, BID, Flock Circular, Ecclo Saneamento e paisagismo ecológico, Suzano S.A. e Ecofuturo, Cariba Empreendimentos Imobiliários, Rewood e a ONG Instituto 17.

A expectativa é que o novo Centro possa contribuir para a implantação de áreas urbanas do conhecimento e inovação, em particular em zonas de expansão urbana, tendo como diretrizes os ODS. Conforme explicou Milena, a partir do Masterplan do HIDS e de outros estudos, incluindo análise de casos internacionais, o Centro pretende formular coletivamente o conceito de espaços do conhecimento no Estado de São Paulo, desenvolver diretrizes para a estruturação de novas áreas urbanas do conhecimento e inovação em cidades paulistas, em particular, e brasileiras em geral e desenvolver tecnologias de apoio à implantação de cidades inteligentes e sustentáveis.  Confirmando a possibilidade do Centro agregar ainda mais atores, após a apresentação do evento, a Facamp se interessou em participar do projeto.

A partir da necessidade de infraestrutura mínima para alavancar o desenvolvimento de tecnologia nacional para testes de tecnologias emergentes e testes de casos de uso para redes 5G, o CPQD está coordenando a Open 5G@,  que vai resultar na criação e orquestração de um testbed muti-domínio para alavancar o desenvolvimento de tecnologia nacional para a implantação de redes 5G Open RAN. De acordo com Nadia Adel Nassif, consultora em telecomunicações e coordenadora técnica no CPQD, a plataforma será utilizada por parceiros do mundo acadêmico, fornecedores de equipamentos, operadoras, provedores de serviço, entidades de padronização, entre outros.

O coordenador da componente Patrimônio do HIDS, Wesley Silva, apresentou a proposta de iniciar o monitoramento da biodiversidade do território do HIDS. “Este projeto foi concebido a partir do conceito de sustentabilidade, de compatibilizar o desenvolvimento urbano com a conservação dos recursos naturais e de cidades inteligentes como protagonistas de transformação promovendo qualidade de vida, por isso vemos grande potencial nesse projeto”, afirmou Wesley. “Conhecer, proteger e integrar a biodiversidade ao desenvolvimento tecnológico, econômico e social do HIDS é uma das expressões básicas da sustentabilidade”, complementou. Segundo ele, em uma primeira etapa seria feito o monitoramento da avifauna da Fazenda Argentina, com a possibilidade de expansão imediata às áreas dos outros atores interessados em contribuir.  A ideia é utilizar gravadores autônomos instalados nos pontos com funcionamento durante 24h ao longo de um ano. A identificação das espécies seria feita por algoritmos e a validação por pesquisadores treinados. O CPQD e a Embrapa são parceiros no projeto.

Além dos projetos apresentados, também aconteceram discussões entre os presentes buscando construir novas possibilidades de projetos a partir de áreas estratégicas do HIDS: energia, saúde, agronegócios e alimentos, tecnologias da informação, urbanismo e educação. Uma das ideias que resultaram das discussões foi estruturar um distrito agro tecnológico (DAT) do projeto semear na área do HIDS visando atender as demandas dos pequenos produtores rurais e agricultores familiares da região, com aplicações e inovação digital.  O Instituto Eldorado sugeriu desenvolver um centro de capacitação de mão de obra em tecnologia em conjunto com PUC, Unicamp e FACAMP para atender a crescente demanda por essa expertise em Campinas e no Estado de São Paulo. Em outra linha de atuação, o HIDS poderia abrigar um festival colaborativo de inovação, economia criativa, empreendedorismo, desenvolvimento humano, visando consolidar a cidade de Campinas como um polo de inovação.

Por Patricia Mariuzzo