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DEPI apresenta HIDS na reunião de congregação do IFGW

O HIDS se propõe a ser uma construção coletiva, que inclui a participação da comunidade da Unicamp e da sociedade. Assim uma das estratégias concebidas para ajudar a construir os conceitos desse projeto é visitar todas as congregações das unidades, os conselhos de núcleos e centros, o Diretório Central dos Estudantes, os centros acadêmicos e as entidades que representam os docentes e funcionários. “A ideia é convidar a comunidade a colaborar com a construção dos conceitos que poderão ser a base de atividades que serão trabalhadas no HIDS”, explicou o coordenador do projeto, professor do Instituto de Física, Marco Aurelio Pinheiro Lima.

Dando início à série de apresentações do HIDS nas congregações, a equipe do DEPI esteve na reunião de congregação do Instituto de Física, que aconteceu no dia 15 de março. Na apresentação o professor Marco Aurelio destacou que o modelo de ocupação da área do HIDS, que compreende a Fazenda Argentina e a área do Ciatec II, deve estar alinhado com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Marco Aurelio sugeriu a criação de uma comissão no Instituto de Física responsável por coletar sugestões/contribuições para o HIDS. Outra possibilidade é preencher o questionário disponível no site do HIDS.

O professor Dr. Luiz Eduardo Moreira Carvalho de Oliveira, do Departamento de Física da Matéria Condensada (DFMC), sugeriu que a ciência do aquecimento global seja um dos conteúdos presentes no HIDS. “Esse é um tema diretamente ligado ao desenvolvimento sustentável e pode ser muito atraente em nível global. Seria uma contribuição importante desse Hub no sentido de colaborar no esclarecimento da opinião pública sobre a importância e a urgência de criar medidas para lidar com o aquecimento global”, disse.

Emily Francine da Costa, aluna de graduação do IFGW e representante discente, questionou a priorização de projetos como o do HIDS diante de questões importantes para a comunidade de alunos, como por exemplo, a expansão da moradia. O professor Marco Aurélio explicou que o HIDS não compete financeiramente com nenhum outro projeto da Unicamp. “Esse foi um pré-requisito para que as discussões em torno do Hub fossem iniciadas. Não estamos usando dinheiro orçamentário. O masterplan, que será elaborado após a consulta à comunidade, será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a fundo perdido”, afirmou. Ainda segundo Marco Aurelio, para contemplar o arrojo que se pretende no formato de ocupação do HIDS, novos modelos de governança terão que ser criados. “Esse é um dos desafios que teremos porque com as regras que temos hoje temos pouca flexibilidade para fazer coisas dentro do campus. Nossa estratégia de relação com o mundo privado tem resultado na expulsão desse setor de dentro da universidade”. A questão da moradia faz parte da construção da governança do HIDS”, completou.

A relação com a comunidade do entorno da Universidade foi outro ponto levantado pela representação discente. “Como fazer com que as pessoas de fora da Unicamp saibam mais sobre esse projeto, como ele pode favorecer a divulgação cientifica?”, questionou a aluna Luisa Pires Ferreira. De acordo com o professor Marco Aurelio, para que esse projeto tenha de fato o formato de um Hub, ele tem que estar alinhado com os atores do entorno. “Nós temos conversado com a PUC-Campinas, com a prefeitura de Campinas e recentemente apresentamos o projeto para os prefeitos da região que se reuniram aqui na Unicamp para uma reunião da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp)”, contou Marco Aurelio. “É impressionante como as pessoas recebem bem a iniciativa. De todo modo, temos consciência de que a proposta do HIDS tem que ser bastante agressiva nessa comunicação”, afirmou.

O Prof. Dr. Marcos Cesar de Oliveira, do DFMC, considerou o projeto louvável. “Ele é interessante porque é justamente em situações de crise, como a que estamos vivendo na universidade, que é importante pensar no futuro”, declarou. Oliveira perguntou sobre como surgiu a ideia do HIDS e se, quando da compra da Fazenda Argentina, em 2013, já não havia um plano de ocupação para a área. Marco Aurelio explicou que, de fato, não havia um planejamento específico para ocupação da área. “Logo que o Marcelo Knobel assumiu a reitoria fui convidado a fazer parte de uma comissão de transição. Eu conversei com várias pessoas justamente para resgatar os projetos que estavam acontecendo e que não poderiam ser ignorados. Não havia um plano para a Fazenda, o que nos faz pensar que a ideia era reproduzir o modelo que temos hoje na Unicamp”. Atualmente a área da Fazenda está arrendada para a Usina Ester que produz cana-de-açúcar.

Segundo os arquitetos envolvidos no Plano Diretor Integrado da Unicamp e no planejamento, a expansão da Universidade não precisa de espaço na horizontal já que ainda não esgotamos o potencial de verticalização atual. “Não tem sentido construir outro Instituto de Física na área que será ocupada pelo Hub. O que estamos fazendo é um exercício do que podemos ter de diferente lá!”, salientou Marco Aurelio. Ele afirmou ainda que esse planejamento deve integrar a Unicamp. “O que queremos é transformar a universidade que temos hoje em um campus sustentável, melhorando o que já temos, e iniciando a ocupação dessa área nova do jeito certo”, disse.

Ao final da apresentação da Depi na reunião de congregação do IFGW, o professor Luiz Eduardo de Oliveira, pediu a palavra novamente e parabenizou a equipe da DEPI. Na opinião dele, o projeto do HIDS fundamental para manter a Unicamp como uma das melhores do país. A professora Dra. Gabriela Castellano, do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia, também elogiou a iniciativa, apontando a urgência de trabalhar em medidas para migrar para um modelo mais sustentável de desenvolvimento.

Por Patricia Mariuzzo

DEPI/Comunicação