
28 mar Reunião do Consu da PUC-Campinas recebeu o Prof. Mariano Laplane
Na última quinta-feira, dia 24 de março, o coordenador do HIDS, Mariano Laplane, fez uma apresentação sobre o Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS) para o Conselho Universitário da PUC-Campinas. O projeto do HIDS deve resultar na criação de um distrito de inovação em uma área que compreende o Ciatec 2, o campus da Unicamp em Barão Geraldo e o campus 2 da PUC-Campinas. “Entretanto, mais do que implementar um parque tecnológico, com institutos de pesquisa, laboratórios e empresas, a expectativa é que seja um espaço com uma vida social ativa, com residências e comércio, um distrito de terceira geração”, explicou Laplane.

Mapa do HIDS com algumas das instituições já presentes no território
Segundo ele, em um distrito de terceira geração espera-se conectar três mundos, o da ciência e tecnologia, o mundo dos negócios e a comunidade, as pessoas. O HIDS será um complexo de laboratórios vivos para o desenvolvimento de soluções nas áreas de saúde, alimentos, energia, e de descarbonização da produção e do consumo de maneiro geral, isto é, soluções para um mundo mais sustentável. Estas soluções poderão ser testadas no próprio distrito e posteriormente replicadas na cidade, no estado e no país. Será, portanto, um novo paradigma de desenvolvimento urbano para a cidade de Campinas, um espaço que abrigue serviços de comércio e cultura, residências, laboratórios, startups e universidades e centros de pesquisa. “Isso envolve um grande esforço de cooperação entre entidades públicas e privadas. Sonhamos com uma cidade diferente, com mais qualidade de vida. Independentemente de ser um projeto de longo prazo, é fundamental tomar algumas iniciativas agora para que o HIDS se concretize”, destacou Laplane.
Conta a favor do projeto a presença de importantes instituições de ensino e pesquisa, como a PUC-Campinas e a Unicamp, e de empresas como o CPQD, a TRB Pharma e a Cargill. Um dos principais desafios, no entanto, é a definição de um novo marco legal para o território, que permita, por exemplo, ter comércio e residências. Hoje, segundo o Plano Diretor para a área do Ciatec, isso não é permitido. A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Planejamento e Urbanismo, está elaborando a revisão da Lei de Uso de Ocupação do Solo, com mudanças que devem favorecer o modelo de ocupação proposto pelo HIDS, ajudando a impulsionar o projeto por meio da atração de investimentos para viabilizar o desenvolvimento da área.
Propostas de ocupação – Uma das propostas é estabelecer dois corredores de inovação, nos quais a ocupação por empresas e comércio e a movimentação de veículos se dê de forma transversal no território do HIDS, entre o CNPEM, CPQD e o condomínio de empresas Global Tech. Isso pode evitar que o HIDS vire um corredor entre as rodovias Adhemar de Barros e D. Pedro. Segundo explicou Laplane, para isso será preciso induzir a implantação de atividades de ensino e outras complementares no sentido Leste-Oeste. Será preciso melhorar a infraestrutura de mobilidade e deslocamento de modo a conectar o CNPEM, a PUC e a Unicamp neste eixo vertical e favorecer a mobilidade ativa (a pé ou de bicicleta).
O reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci, acrescentou que a PUC tem realizado discussões com a Prefeitura de Campinas sobre o sistema viário no entorno da Universidade e que as propostas estão condizentes com o que está sendo pensado para o HIDS.

Uma das propostas de ocupação que estão sendo discutidas para o HIDS, com conexões entre a PUC-Campinas, a Unicamp e o CNPEM
Outro desafio é que na área do HIDS, com mais de 11 milhões de metros quadrados, além de universidades e centros de pesquisa, há propriedades privadas. “Como fazer com que estes proprietários, que têm interesses legítimos, se movimentem na mesma direção do HIDS, como gerar essa convergência”, pontuou Laplane.
O reitor da PUC-Campinas, Germano Rigacci pontuou que o grande desafio é fazer com que os proprietários percebam que eles também podem ganhar com um modelo de ocupação diferente do convencional. “A proposta de planejamento que o HIDS está trazendo tem o potencial de beneficiar todas as instituições e proprietários ali presentes. É um sonho para o futuro desta região”, disse o reitor da PUC-Campinas.
A PUC-Campinas tem participado ativamente na construção do modelo jurídico para o HIDS por meio de equipe liderada pelo professor Josué Mastrodi, da Faculdade de Direito e também nos estudos sobre o máster plan do HIDS, com a participação de professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. “Desde o início do projeto, estamos empreendendo esforços e buscando este alinhamento com os princípios do HIDS e é muito positivo perceber os avanços”, frisou o reitor.
Regeneração – Como um hub de desenvolvimento sustentável, o projeto tem ainda um compromisso com a regeneração da natureza e do patrimônio cultural. “O HIDS não pode ser motivo de mais degradação da natureza, ao contrário, ele ter que ser um fator de regeneração deste patrimônio. E o desafio é grande, mas é um bom desafio”, disse Laplane. Na Unicamp há um projeto de regeneração de corredores ecológicos e de nascentes na Fazenda Argentina e de replantio de árvores, ações que podem favorecer, entre outros aspectos, a mobilidade ativa. Segundo Laplane, a expectativa é que as demais entidades do Conselho Consultivo também possam trabalhar nesse sentido. “Queremos desenhar um tipo de ocupação onde a natureza possa interagir com as pessoas e com a tecnologia”, acrescentou.
Por Patricia Mariuzzo
Crédito das fotos: Departamento de Comunicação da PUC-Campinas